Vinte e seis
presos morreram na rebelião da Penitenciária de Alcaçuz que já é a mais
violenta da história do Rio Grande do Norte. Quase todos foram decapitados. O
motim começou na tarde de sábado (14) e terminou 14h depois já na manhã deste
domingo (15).
A rebelião começou com uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 por volta das 17h de sábado (14). De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas por sobre o muro.
A rebelião começou com uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 por volta das 17h de sábado (14). De acordo com a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Vilma Batista, homens em um carro se aproximaram do presídio antes da rebelião e jogaram armas por sobre o muro.
Este já é o terceiro caso de dezenas de mortes em penitenciárias
no país em 2017 - no começo de janeiro ocorreram os massacres no Amazonas e Roraima. Mais cedo, havia
sido divulgado que 27 presos morreram, mas, segundo o governo do estado, um
deles foi computado duas vezes por que alguns corpos foram esquartejados e dois
foram carbonizados.
O secretário de
Segurança Pública, Caio Bezerra, disse, em coletiva na noite de domingo, que
haverá reforço nas guaritas e nos arredores do presídio durante a noite para
evitar fugas, e que na segunda-feira será realizada uma nova revista na unidade
para buscar armas brancas ou de fogo. Neste domingo foram encontradas armas de
fogo artesanais, segundo ele.
O secretário de
Justiça, Wallber Virgolino, disse que os líderes identificados estão isolados
dentro da unidade prisional e que ele espera que na segunda seja feita a
transferência de presos para outras unidades no próprio estado. O objetivo é
separar duas facções: Sindicato do Crime e PCC. Ele classificou o local como
"cenário de barbárie".
Ele respondeu
ainda sobre boatos de que haveria mais corpos em fossas do presídio, e disse
que na segunda-feira haverá uma nova busca. Virgolino afirmou não descartar a
possibilidade, mas disse que não acredita que ela se confirme.Nove presos que
estavam com ferimentos graves foram transferidos para o Pronto-socorro Clóvis
Sarinho, em Natal. De acordo com a direção do hospital, nenhum deles corre
risco de morte, mas não há previsão de alta.
Em entrevista
coletiva realizada na manhã deste domingo, o Governo do Estado informou que identificou pelo menos seis líderes da rebelião.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), o governo vai pedir
a transferências dos líderes para presídios federais. Outros detentos podem ser
transferidos ainda neste domingo para outras unidades prisionais do estado.
O titular da
Sejuc, Wallber Virgolino, confirmou que os presos do pavilhão 5 invadiram o
pavilhão 4. Segundo ele, um trabalho de contenção realizado por agentes
penitenciários com o uso de bombas de efeito moral evitou a entrada dos
rebelados no pavilhão 1. "Em termos de número de mortes essa é a maior
rebelião da história do Rio Grande do Norte", disse.
Ainda de acordo
com o secretário, a rebelião no Rio Grande do Norte não tem relação confirmada
com os motins no Amazonas e em Roraima. "Não há confirmação de relação,
mas com certeza as rebeliões naqueles presídios incentivaram o que aconteceu
aqui", disse Virgolino.
Três equipes de
delegados da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e 15 homens estão
responsáveis pela perícia dos locais de crime. A Penitenciária
de Alcaçuz, segundo o governo, ficou parcialmente destruída e não há previsão
para reconstrução. Ainda na tarde de sábado, um detento fugiu da penitenciária,
mas foi recapturado em seguida.
Fonte: G1
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